quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Dia 09 de novembro - Dia da Luta Nacional a Favor aos índios Guarani-Kaiowás.

Confira a programação do evento e não deixe de participar - Vamos as ruas manifestar nossa indignação!!!

Em São Paulo o cronograma é o seguinte:
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A partir das 15:00 o pessoal da organização estará no MASP fazendo cartazes pintando, música, eventos culturais diversos.
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17H Concentração no MASP - Av. Paulista, 1578
- Organizaremos os cartazes, músicas, pinturas de rosto, eventos culturais...

20H Saída do MASP em direção ao Tribunal Regional Federal - Av. Paulista, 1842
- Faremos muito Barulho!!!

20:15H Seguiremos em direção ao Teatro Raul Cortez - R. Doutor Plínio Barreto, 285
- A atriz global Regina Duarte estará apresentando uma peça, ela lidera o setor pecuarista contra os povos indígenas, participa de comícios contra as demarcações e contra os povos indígenas em todo Brasil.
Faremos o velório da Bandeira e deitaremos todos no chão.

21:30H Final da peça seguiremos destino ao Vale do Anhangabaú 
- Lá teremos eventos culturais musica poesias dança

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Carta de Socorro dos Índios Guarani-Kaiowá.


    Leia a carta de socorro da tribo Guarani- Kaiowá, denunciando a triste condição de vida a que são submetidos e solicitam seu genocídio, a extinção da sua tribo e que todos possam ser enterrados na sua terra original, as margens do rio Hovy na região de Dourados no Mato Grosso do Sul.
    Este caso, a meu ver de grande importância ao denunciar a ausência de respeito e dignidade em que vivem nossa população autóctone, é completamente ignorado pela mídia local e nacional. Porém, é de grande valia que todos os brasileiros possam tomar conhecimento do caso e manifestar sua indignação ou denunciar situação parecida.
    Por gentileza, peço que tome conhecimento e compartilhe em suas redes sociais na internet ou como puder, a partir da veiculação de vídeos ou até mesmo contando aos conhecidos sobre esta triste história:

"Nós (50 homens, 50 mulheres, 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de despacho/ordem de nossa expulsão/despejo expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, em 29/09/2012.

Recebemos esta informação de que nós comunidades, logo seremos atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal de Navirai-MS. Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver na margem de um rio e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay.

Assim, entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio/extermínio histórico de povo indígena/nativo/autóctone do MS/Brasil, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça Brasileira.

A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas?? Para qual Justiça do Brasil?? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados 50 metros de rio Hovy onde já ocorreram 4 mortos, sendo 2 morreram por meio de suicídio, 2 morte em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas. Moramos na margem deste rio Hovy há mais de um (01) ano, estamos sem assistência nenhuma, isolada, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Tudo isso passamos dia-a-dia para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay.

De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão o cemitérios de todos nossos antepassados. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser morto e enterrado junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais.

Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal, Assim, é para decretar a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e para enterrar-nos todos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem morto e sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo de modo acelerado. Sabemos que seremos expulsas daqui da margem do rio pela justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo/indígena histórico, decidimos meramente em ser morto coletivamente aqui. Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.


Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay."

Para ajudar, clique aqui assine a petição on-line, manifestando sua indignação e solicitando a resolução deste absurdo.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

São Paulo, a Virada Cultural e a nossa programação.


Bom dia, Sampa!!

O alvorecer
Pia robóticamente
E pinta cinzento
Cinza, cinza de todos os tons.

O susto!
Um salto magistral
Invoca o novo dia.
Passos apressados
Alegres desencorajados
Acostumados a já saber o que fazer.

Diversas faces
Passam despercebidas
Faces,vidas,artes
Atemporalidade e diversidade
Convivem de forma não-harmônica.

Agonizam seus seres
Da estupidez desse clima
Chuva
As relações se complicam
Sol
O calor que aterroriza.

Triste realidade
dos filhos que não te enxergam
bela e solitária
abandonada por seus amantes, poucos.

Miséria e luxúria
Desaparecem
Aos desapercebidos
Mútuos obscuros
Percebem o que lhes convém.

Deliciosa e conturbada
Ousada e desinteressada
Amores e dores.
Paradoxos que carregam as vidas que lhe cabe.

Terra, Sampa!
Formas de ver
Formas para ver
Aprender a mudar e a cuidar.



   Para mim a Virada Cultural representa justamente essas diferentes formas de enxergar São Paulo: no centro,  a deus dará, coexistem harmonicamente todas as tribos, gerações, cores e classes sociais; de cada bueiro sujo e fedorento explode cultura que contamina por 24 horas toda a cidade, com   visões verdadeiras de tudo que se aspira para um mundo melhor; das representações do passado acontecem apresentações da boa criação que há no presente.
   Atrações comerciais quase sempre ficam de lado e dissemina-se o importante: a reflexão, a ideia, o belo, o feio, o engraçado, o antigo, a imaginação, o gostoso, o frio e também o calor, os pacíficos e agressivos.
   Contudo, proponho encarar a multidão só para ver a São Paulo que geralmente é para poucos, sendo, por apenas 24 horas, para todos.
  Venham todos rir, amar, admirar e não esqueçam de fazer sua pré-programação, pois são muitas as atrações, como dica deixo a programação feita por mim e Moreno Dantas, meu fotógrafo, meu namorado.

05/05:

15h Maria Rita canta Elis Regina - Pq da Juventude (Não faz parte da programação oficial da Virada Cultural, mas considero imperdível).
18h - Ray Lema - Pça. Julio Prestes
19h - Mccoy Tyner - Pça da República
20h - Balé da Cidade - Viaduto do Chá
21h30 - Lou Donaldson - Pça. da Republica

06/05

00h00 - André Abunjamra
2h00 - Los Alamos -
5h00 - Bixiga 70 - Pça. Julio Prestes
8h00 - Katchafire - Pça Julio Prestes
14h30- Espetáculo Infantil - Casa das Rosas (Vamos levar o José Carlos)
18h00 - Swiss College Dixie - Av. Brigadeiro Faria Lima

Durante todo o tempo: Praça de alimentação com alta gastronomia no Minhocão e , para os fotógrafos por natureza, saídas fotográficas para clickar cada momento especial.

Programação completa você encontra: http://www.epungo.com.br/virada-cultural







quinta-feira, 3 de maio de 2012

Associação Guajiru no evento Viva a Mata! 2012.


   Entre os dias 18 e 20 de maio, das 9h as 18h, na Arena de Eventos do Parque do Ibirapuera acontecerá o Viva a Mata, idealizado pela Fundação SOS Mata Atlântica. Este é o maior evento de meio ambiente que exite no Brasil e possui o objetivo de comemorar o Dia da Mata Atlântica (27 de maio) e através de ações lúdicas, educativas e de bem -estar, lembrar aos participantes a importância desse bioma tão ameaçado.
   A Mata Atlântica se estende por toda a costa brasileira e devido a grande urbanização ao longo desta, possui menos que 7% da sua cobertura vegetal, fato triste e preocupante, é característico desse bioma o alto endemismo ( espécies que só existem nesse local), diversas paisagens e ecossistemas distintos. 
Será destaque nessa edição a conservação dos ecossistemas costeiros (como as restingas e manguezais) e marinhos.
    
   Quem for até lá não deixe de visitar o stand da ONG Associação Guajiru - Ciência, Educação e Meio Ambiente, paraibana por natureza, seu trabalho é focado em conservação in situ de tartarugas-marinhas e educação ambiental, e vem com tudo para fazer os visitantes  do Viva a Mata aprenderem tudo sobre esses animais encantadores e sobre a importância da preservação da restinga e dos ecossistemas marinhos.
No stand as pessoas, de forma lúdica e interativa, conhecerão em minúcias como as tartarugas-marinhas desovam, qual é o trabalho diário dos biólogos voluntários do projeto, entenderão quais são as ameaças a estas espécies e o que podemos fazer para ajudar as tartarugas a continuarem existindo no planeta.       
         
   Quem quiser conhecer mais sobre o projeto visite  site ou leia posts antigos desse blog.
       
  Aproveito para lembrar que a Guajiru não possui instituição financiadora e sobrevive da venda de souvenires na lojinha da sede provisória e do apoio do Bar do Surfista e da lanchonete Tartaruga Burguer, vir a São Paulo está sendo muito dispendioso, logo peço aos  leitores que desejarem colaborar divulgando a visita do projeto ou quem puder ajudar financeiramente, seja qual for o valor, entre em contato através do e-mail: contato@guajiru.com.br 
          

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Compromissos ambientais da semana (23 a 29 de abril de 2012).


1 - Programação da semana no Cineclube Socioambiental:




2 - Evento Desafios da Rio+20: 
DESAFIOS DA RIO+20
25/04/2012
16h00 às 18h00
auditório do IAG/USP - Rua do Matão, 1226 - Cidade Universitária, São Paulo, SP
com transmissão ao vivo na web em www.iptv.usp.br
Programação

16h00    Mesa Redonda Governança e Inclusão Social: Desafios Centrais da Rio+20
        Coordenação de Paulina Chamorro, Rádio Estadão-ESPN
        Expositores
        Helena Ribeiro, FSP e Procam/IEE/USP
        Celio Bermann, Procam/IEE e IEA/USP
        Silvia Zanirato, EACH e Procam/IEE/USP
        Pedro Roberto Jacobi, FE, Procam/IEE e IEA/USP

18h00    Lançamento do livro "Governança da Ordem Ambiental Internacional e Inclusão Social"
        Lançamento do hotsite www.prpg.usp.br/usprio+20
        Coordenação de Arlindo Philippi Jr. FSP e Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP
        Expositores:
        Vahan Agopian, Poli e Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP
        Wagner Costa Ribeiro, FFLCH, Procam/IEE e IEA/USP
        Edmilson Dias de Freitas, IAG/USP

3 - Ciclo de Palestras do Instituto Florestal - "Impactos recorrentes da conservação do cerrado".

Auditório do Instituto Florestal - 25/04/2012 às 13h30 
Rua do Horto, n°931 - São Paulo - S.P.
tel.: (11) 2231-8555

4 - Mesa Redonda e Lançamento do livro " Educação e Meio Ambiente: uma relação intrínseca":





terça-feira, 10 de abril de 2012

Essa semana...

  • A Fundação SOS Mata Atlântica recruta voluntários para colaborar nas ações do "Viva a Mata 2012", um dos maiores eventos de meio ambiente comemora o Dia Nacional da Mata Atlântica, é uma feira com diversas atrações que promovem reflexões sobre o bioma Mata Atlântica, que ocorre anualmente no Parque Ibirapuera. O evento acontecerá entre os dias 18 e 20 de maio de 2012 e quem quiser participar deverá comparecer nesta quarta-feira (11/04) às 19h30, na rua General Jardim, 660 - Vila Buarque.Para confirmar sua presença ou obter mais informações envie e-mail para voluntariado.apoio@sosma.org.br .
  • A Sala Crisantempo, na Rua Fidalga, n°521- Vila Madalena, São Paulo/SP, exibirá nesta quinta-feira (12/04) às 20h, o documentário inédito no Brasil "Celular Manchado de Sangue", o qual diz sobre a guerra civil no Congo, que tem por trás a extração de minérios utilizados na fabricação de celulares. (Para conferir a sinopse e o trailer clique aqui). A entrada e gratuita e solidária, basta doar alimentos ou produtos de higiene e chegar com 30 minutos de antecedência.

São Paulo e as Bicicletas.

    Ah, bicicleta!!! Certamente foi o presente mais desejado que recebemos quando crianças, nunca esqueceremos deste momento e dos que nos ensinaram o passo a passo para dominar ao que a princípio parecia uma fera: primeiro umas pedaladas com as duas rodinhas, depois com uma rodinha e depois da primeira vez equilibrados nunca mais deixamos de saber como fazer.
    As vezes somos surpreendidos por tombos que ralam nossos joelhos no asfalto, mas nunca desistimos da sensação de liberdade que o pedalar provoca, montado nela podemos ir a qualquer lugar do mundo, mesmo que seja apenas na nossa imaginação.
    Não demora e a bicicleta fica pequena e quando chega a maior, a sensação é nova, nos tornamos gigantes, pois não alcançamos os pés no chão, precisando  do apoio da calçada para parar sem cair.
    Símbolo de carinho, alegria e alguns choros, a bicicleta está muito presente na história de nossas vidas como instrumento de lazer, mas não como uma boa alternativa a mobilidade urbana, ao contrário disso, os ciclistas são vítimas constantes de violência no trânsito.
    Neste ano, desde o dia 02 de março de 2012, quando a ciclista Juliana Dias morreu na Avenida Paulista em São Paulo vítima de atropelamento por um ônibus, intensificaram-se as mobilizações e discussões de ativistas pela paz no trânsito e o direito da circulação de bicicletas em segurança, exemplos são as diárias manifestações e o assunto mais presente na mídia e em redes sociais.
    A 5a edição da "Pedalada Pelada", que aconteceu no dia 10 de março, chamou atenção por onde passou de forma irreverente e bem humorada, onde em torno de 100 ciclistas desfilaram nus ou semi nus pela Avenida Paulista clamando por respeito aos usuários de bicicleta e solicitando reflexão sobre o trânsito caótico na cidade de São Paulo e os benefícios ao adotar as bicicletas como solução na mobilidade urbana, combate ao sedentarismo e controle de poluição do ar.
    Falando um pouco sobre a minha experiência como ciclista, há um tempo atrás eu pedalava entre 2 a 4 dias na semana, fosse para fazer exercício físico ou para realizar atividades corriqueiras como ir ao banco, ou supermercado, porém abandonei essa prática e a cerca de 1 ano não pego mais a minha magrela que está guardada num canto da garagem, empoeirada e com os pneus murchos.
    Meu trajeto mais habitual era seguir pela Avenida Eliseu de Almeida até a Cidade Universitária, local onde ainda dava algumas voltas até retornar, somando um total de 19km entre a ida e volta.
    Sempre saia de casa por volta das 9h30 ou 10h, pois neste horário o trânsito é mais tranquilo, mesmo assim não fiquei livre de alguns sustos, por sorte nunca me machuquei seriamente, mas já fui fechada por carro que saia da avenida para entrar em uma rua, veículos que me espremiam no meio-fio e até um caminhão que, não respeitando a distância segura, me jogou em direção a calçada ocasionando uma queda,  sem contar os alagamentos em dia de chuva e as manifestações machistas tão desagradáveis.
    Percebi que quando saia de bicicleta ficava mais estressada em estar sempre atenta as loucuras do trânsito paulista do que relaxava por estar praticando uma atividade que gosto muito e não tardou substituir o uso quase que diário da bicicleta como meio de transporte por passeios ciclísticos inofensivos e eventuais nos parques da cidade.
    Em São Paulo, o excesso de carros e a cultura do individualismo, mantém um trânsito caótico, quase impossível para a circulação de ciclistas, apenas restando espaço para alguns corajosos, que insistem em desafiar as feras estressadas, ou seja, pessoas ao volante.
    É certo que convivemos com a falta de incentivo em forma de políticas públicas a favor do uso das bicicletas como meio de transporte, não há ciclovias que permitam a circulação diária, tão pouco educação e leis insuficientes para garantir a segurança de ciclistas.
    Nesta semana, pressionado pelas mortes e ano eleitoral, o prefeito Gilberto Kassab, resolveu aplicar dois artigos genéricos do Código Brasileiro de Trânsito (CBT) na proteção dos usuários de bicicletas distribuindo multas leves aos que dirigirem sem atenção (artigo 169) e fizerem conversões bruscas (artigo 197). A mesma lei, no artigo 201, fixa que a distância mínima que o motorista deve manter do ciclista é de 1,5 m, mas embora seja uma boa forma de garantir a segurança não está incluso no pacote, pois segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não é possível fiscalizar devido a dificuldade de observar a distância correta.
    Considero a ação válida, mas longe de resolver os problemas do trânsito de São Paulo que, entre outras coisas, deve abranger vontade na expansão do transporte público com qualidade, sobretudo os que trafegam sobre trilhos e incentivo a veículos não motorizados.
    As ciclofaixas, lindamente ilustradas nas propagandas do governo municipal, são ótimas ferramentas de lazer, porém ainda não colaboram com a circulação diária de bicicletas. 
     Muitas pessoas utilizam a bicicleta para ir ao trabalho ou ainda como instrumento de trabalho, o incentivo almejado colaboraria para que cada vez mais pessoas aderissem a este tipo de transporte que não poluí e ainda colabora com a saúde pública.
    Sabemos que o problema da circulação de veículos automotores versus veículos não motorizados, nem sempre é apenas um problema político, mas há também um problema grave de falta de colaboração, os carros, ônibus e outros não respeitam as bicicletas e acham que estas só existem para incomodar, porém há usuários de bicicleta que não respeitam normas para circular em segurança, andam sem equipamentos necessários, não obedecem as regras do trânsito, não se fazem ser vistos.
    Gentileza é uma palavra que não existe no vocabulário dos paulistanos, estressados, pensam apenas na sua pressa, sem considerar que enxergar e ser visto, entender e colaborar são atitudes simples que estão ao alcance de todos e podem mudar muita coisa.
    Por fim, deixo aqui o meu apelo pelo resgate da GENTILEZA e que através desse vídeo singelo  http://vimeo.com/1280946 , todos procurem relembrar a importância das bicicletas nas nossas vidas.


Bike, estacionada na Sala Crisantempo, com  indicação da distância segura que
os veículos motorizados devem manter de bicicletas.




Manifestações na Praça do Ciclista na Avenida Paulista, São Paulo/SP.






Ciclistas no meio do trânsito na Avenida Paulista,
ambiente hostil ao uso deste meio de transporte.

Fotos: Moreno Dantas
   
     

terça-feira, 27 de março de 2012

Parem com a apropriação da água! - Declaração da Via Campesina no Fórum Alternativo Mundial da Água



   Nós, organizações camponesas de diferentes países do mundo, membros da Via Campesina, reunidos de 12 a 17 de março de 2012, no Fórum Alternativo Mundial da Água, em Marselha, França, representados por delegados vindos da Turquia, Brasil, Bangladesh, Madagascar, Portugal, Itália, França e México, expressamos a nossa solidariedade aos afetados por catástrofes ambientais e, especialmente, aos que são vítimas da construção de represas, dos gases de xisto, da apropriação, da mercantilização e da escassez da água, das contaminações generalizadas, das repressões e dos assassinatos levados à prática contra os militantes defensores da água.
     Reivindicamos que o direito pela água seja respeitado, dentro do princípio regulador da soberania alimentar. O direito à água é o respeito permanente ao ciclo da água, tomado integralmente. Afirmamos que a privatização e a mercantilização da água e de todo outro bem comum (sementes, terra, conhecimentos locais e tradicionais, etc.) são um crime contra a terra e a humanidade. Os grandes projetos de represas e de centrais hidroelétricas aprisionam e se apropriam da água, não tendo em conta nem necessidades, nem práticas tradicionais, nem a opinião das comunidades locais, além de debocharem da preservação do ecossistema.
    As crises da água, da biodiversidade, as crises sociais, energéticas e financeiras encontram-se todas juntas e são as consequências do neoliberalismo e do modelo de agricultura industrial promovido pelas instituições financeiras internacionais (Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Organização Mundial do Comércio), os tratados de livre comércio, o Conselho Mundial da Água, as multinacionais e a maioria dos governos.
     A economia verde é uma falsa solução frente às mudanças climáticas e à escassez da água. A mercantilização da água, do carvão, da biodiversidade, os OGM, as nanotecnologias e a geoengenharia são as novas saídas e propostas do neoliberalismo para responder às crises. A evasão crescente continua enquanto estas respostas tecnicistas e mercantis são as principais responsáveis pelo caos ecológico e social que nos atinge.
     O modelo de produção industrial, as monoculturas e a agroquímica têm contaminado nossas águas, pondo em perigo nossa saúde. Defendemos as práticas agroecológicas e a agricultura camponesa, que levam à prática a soberania alimentar e contribuem com a preservação e a utilização sustentável da água.
       A água é um bem comum em benefício de todos os seres vivos, e deve ser submetida a um gerenciamento público, democrático, local e sustentável. Os conhecimentos locais e tradicionais de gerenciamento da água, que protegem e consideram o ecossistema em sua totalidade, existem desde sempre. Eles são testemunhas atemporais de sua eficácia. As políticas públicas e as leis sobre a água devem reconhecer e respeitar esses conhecimentos.
Pela soberania alimentar: Parem com a apropriação da água!

Marseille, França, 18 de Março de 2012.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Cineclube socioambiental - sala Crisantempo

     Na quinta-feira passada (22/03/2012), participamos (Moreno e eu) de mais uma sessão no Cineclube Socioambiental Crisantempo, o espaço agradável esta localizado na Vila Madalena (Rua Fidalga, 521) em São Paulo/SP e é aberto a quem interessar. 
     No local são oferecidos cursos diversos, teatro, feira de trocas e sessões gratuitas todas as quintas-feiras de filmes (quase sempre documentários) com a temática socioambiental com posterior discussão entre o público e um especialista da área, além disso é oferecido ao público presente coquetel com comidinhas orgânicas  e  para participar é necessário apenas disposição.




   No dia 22 de março , Dia Mundial da Água,  obviamente a discussão foi sobre essa temática, apresentando-se o documentário "Sobre Rios e Córregos", o qual fala sobre o sistema hídrico de São Paulo formado por cerca de 1.500 Km de rios e córregos, mortos e esquecidos devido a intensa urbanização e suas consequências.
     O filme relata, através de depoimentos, a relação conflituosa que entre os paulistanos e a água, os quais convivem com problemas de abastecimento, intensa poluição e enchentes. O documentário mostra também os problemas de habitação em áreas de mananciais e o impacto da poluição dessas águas para a população de São Paulo e comunidades tradicionais que ainda vivem no entorno.




    Após a apresentação houve  rico diálogo com o diretor do filme, Camilo Tavares, que relatou sua interessante experiência na execução da sua arte, Marrusia Whately, arquiteta e especialista em recursos hídricos e o Sr. Virgílio de Farias, simpático pernambucano, militante ambiental do ABC, que resolveu cursar direito para ser um conhecedor das leis e conseguir exercer sua cidadania .




     A história de seu Virgílio nos causa comoção e incômodo, porque apesar de esforços, na verdade não estamos fazendo nada de efetivo pelo meio ambiente. Ele nos falou sobre a seca do nordeste e sua admiração  e indignação ao chegar em São Paulo e ver tanta água, mas estas comprometidas pela poluição, e lembrou sobre os dizeres da Constituição Federal de 1988 e a possibilidade de qualquer cidadão mover ação judicial popular contra crimes cometidos ao meio ambiente.
    Esta foi a primeira sessão do ano e será seguida por uma programação ampla que se estenderá até o dia 28 de junho de 2012.


    O cineclube é uma iniciativa importante porque leva conhecimento para as pessoas sobre assuntos obscuros na nossa sociedade, por exemplo em "Sobre Rios e Córregos" mostra ao público que suas principais vias de circulação diárias são na verdade asfalto sobre o que um dia foi um rio, assunto, pasmem, desconhecido pela maioria, também discussões sobre o que seria uma solução utópica (utopia é possível de se tornar realidade?) e mostra possibilidades de engajamento.
   A meu ver, o projeto Cineclube possui a desvantagem de ser limitado a participação da classe média instruída -quer seja pela sua localização ou pelas formas de divulgação. Esta, muitas vezes mais preocupada com assuntos ambientais do que sociais, costuma dicotomizar ambos os assuntos. Para mim seria mais interessante um público heterogêneo, já que questões ambientais esbarram quase sempre em sociais, por exemplo as ocupações ao redor dos mananciais, referidas pelo documentário como invasões, sem considerar o problema de moradia que há na cidade de São Paulo.

Para conhecer mais do espaço e consultar a programação clique aqui.

    Vale a pena conhecer e participar com sua contribuição ideológica, na próxima quinta (29/03/2012) às 20h (com distribuição dos ingressos com 30 minutos de antecedência) será exibido o documentário americano e inédito Colapso, com direção de Chris Smith, confira a sinopse no site da Sala Crisantempo.


Fotos: Moreno Dantas





domingo, 25 de março de 2012

"Sabadinho Bom" em João Pessoa


Cantora Gabriella Villar do grupo Tom do Samba em apresentação 
no dia 03 de março na Praça Rio Branco, João Pessoa/PB.

     E lá está João Pessoa... "está lá ao Deus dará, na costa da Paraíba (...)", como já disse com tanto amor Herbert Viana e Zé Ramalho, com seu charme único é com saudade que escrevo estas palavras.
     Lá há um projeto denominado "Sabadinho Bom", que acontece durante o mês de janeiro, estendendo-se até final de março, quando então a mudança de estação ocasiona período chuvoso, atrapalhando seu andamento e que de acordo com a programação do site da prefeitura finalizou-se neste último final-de-semana (24/03).
     Entre forrós tecno-bregas e o poderoso funk carioca, eis que num sábado a tarde, a partir do meio-dia, lota-se a praça Rio Branco no centro histórico de João Pessoa onde os pessoenses apreciam apresentações dos clássicos de choro e samba, os quais dispensam comentários sobre sua beleza e qualidade.

     Estivemos lá, Moreno e eu, pela última vez no dia 03 de março, onde se apresentou o grupo Tom do Samba, comprometidos com a preservação do samba de raiz, o quinteto tocou um repertório excelente, que ficou ainda mais encantador com a voz da cantora Gabriella Villar (foto).
   A alegria toma conta de todos os presentes que vão, desde as mais pequeninas crianças aos anciões sambando sem pudor.    
     Por volta das 15h o grupo se despede, mas a festa continua, a maioria dos presentes segue para a Cachaçaria Philipéia, um pequeno estabelecimento que tem como marca sua decoração com artefatos que caracterizam sua nordestinidade, como por exemplo, cordéis, a imagem de Padim Ciço, acordeon e rabeca pendurada na parede. 

     Neste local são servidas as mais deliciosas cachaças paraibanas acompanhadas de frutas típicas como seriguela, caju ou jabuticaba, ainda há a opção de pedir a sua cachaça geladinha para quebrar o ardor da primeira golada.     
     Se a embriaguez começar a te pegar, peça por um caldinho que pode ser de peixe, feijão ou mocotó, prometem te recuperar até a próxima dose.
     Todos esses produtos são vendidos a R$ 2,00 e logo, até quem não samba, já estará arriscando uns passos.
     Samba no pé, conversa fiada e o fim da tarde cai pintando o céu de rubro, logo você poderá ver estrelas. Isso mesmo, estrelas!!! Paulistana que sou, carente de estrelas, poder avistá-las no centro da cidade de uma capital é quase um milagre que me emociona.
     Quem vai a João Pessoa/PB está fixo na ideia de visitar praias paradisíacas e isso é verdade, mas se quiser chegar mais perto desse povo, visitar a Praça Rio Branco e a Cachaçaria Philipéia é uma experiência um tanto peculiar, a qual eu recomendo.
     E aqui fica mais uma " (...)história pra contar, nas quais se conta o que se sente (...)"
      
     
     
   

sábado, 3 de março de 2012

Tartarugas- Marinhas e a Praia do Bessa - litoral de João Pessoa/PB.

     Praia Bessa II - Jardim Oceânia - João Pessoa/PB - Foto: Mariana Paz

     Uma das belas praias urbanas de João Pessoa/PB se chama Bessa, lugar de divina beleza, mar verdinho e muito ocupada por moradores locais e turistas. Corresponde a uma importante área de desova de tartaruga-de-pente, um animal encontrado na lista de espécies ameaçadas, agrupado em EN, ou seja, em perigo de extinção.
     Essa praia é grande, com cerca de 5 Km de extensão e por isso dividimo-as em Bessa I e II e vive hoje um paradoxo rumo a conservação ambiental:
    -  O Bessa I é o trecho localizado na divisa entre João Pessoa e Cabedelo, possui intensa urbanização, é dotado de residências, via asfaltada, calçadão e iluminação. Há um trecho de vegetação de restinga, crucial para a desova dessa e de outras espécies de tartarugas-marinhas. 
     Recentemente, os bares que estavam localizados dentro da praia, foram desapropriados e retirados dos seus locais, por estarem localizados dentro da Área de Preservação Ambiental (APA), uma vitória em prol a conservação deste habitat, mas esta ação, até o momento não foi acompanhada de recuperação desse ambiente danificado e sem marcações de limites de circulação para orientar os usuários da praia, portanto, esses pisoteiam a vegetação.
     Os ninhos das tartarugas-marinhas ficam a salvo devido ao trabalho da ONG Associação Guajiru, citada outras vezes neste blog, porém a vegetação, não é apenas um mato feio que incomoda e atrapalha a passagem, como pensam muitos, e sim faz parte do equilíbrio deste ambiente, é a casa e a fonte de alimentação de inúmeras espécies, além de evitar a erosão da praia.
     - O Bessa II, que faz divisa ao sul com a praia de Manaíra, é constituída por mansões em sua orla, construídas diretamente sobre a areia, há muitos muros de arrimos, mas ainda sim é uma das mais importantes áreas de desova.
      Esse trecho, além de ser judiado, ainda sofre ameaça de ser seriamente danificado, por uma obra de urbanização que promete construção de via asfaltada e calçadão sobre o trecho de areia existente, ou seja, destruição completa dos fatores ambientais que ainda permitem que haja desova de tartarugas-marinhas nesta praia.
      Tartarugas-marinhas possuem fidelidade reprodutiva, ou seja, fazem ninhos na praia onde nasceram, este tipo de impacto negativo pode causar extinção regional deste animal, por causa de um projeto que só vem a favorecer a classe média-alta que vive por ali.
      Desde 2003 a Associação Guajiru junto com a APAN - Associação Paraibana de Amigos da Natureza, movem ação junto ao Ministério Público contra essa obra e se você for contra essa obra poderá colaborar assinando e compartilhando a petição on-line.
      Uma ação positiva pode perder seu valor se não for devidamente aplicada, com chances de piorar a situação inicial, portanto a prefeitura municipal de João Pessoa pode repensar suas ações e focar em obras que reflitam beneficamente na vida dos cidadãos, respeitando os limites ambientais e a fauna que depende deste habitat.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Enquanto isso em Belo Monte....

          Muito se fala nas mídias sobre a discussão a cerca das vantagens econômicas e desvantagens ambientais sobre as Usinas de Belo Monte, mas o que ninguém sabe são depreciações sofridas pelas comunidades que estão sendo desalojadas das suas terras de forma violenta e sem indenização, por favor leiam e divulguem as informações do blog Xingu Vivo!

Ameaçado de morte, agricultor não indenizado por Belo Monte está desaparecido.





Para não esquecer: Associação Guajiru: Ciência, Educação e Meio Ambiente.


A Organização Não Governamental (ONG) Associação Guajiru, foi criada em março de 2002, a partir da parceria entre os biólogos Rita Mascarenhas e Douglas Zeppelini e o representante da comunidade Valdi Silva Moreira, proprietário do Bar do Surfista, na praia de Intermares, no município de Cabedelo/PB, onde hoje funciona também a sede da ONG.
Valdi foi o primeiro a perceber que ali havia desovas de tartarugas marinhas, as quais estavam sujeitas a diversas ameaças trazidas pela urbanização que se instalava naquela praia. Por si só, começou a proteger os ninhos e quando conheceu os biólogos esse cuidado passou a ser feito com qualidade técnica.
O Projeto foi denominado Tartarugas Urbanas, para chamar atenção da comunidade sobre os impactos negativos que a urbanização sem planejamento traz a população de tartarugas marinhas
.Além disso, a ONG passou a atuar com um Projeto de inclusão social, a Escola do Surf, visto que é comum na região crianças e jovens em vulnerabilidade social, muitas vezes sem acesso a escola.
A Escola do Surf oferece a estas crianças e jovens aulas de surf, reforço escolar, apoio médico e odontológico e alimentação, mas para isso devem estar matriculados na escola, obtendo boas notas e provando a sua assiduidade nas aulas.
Depois de 9 anos de existência a Associação Guajiru permitiu que 95.000 filhotes de tartarugas marinhas retornassem ao mar, proporcionou o desenvolvimento de pesquisas científicas, ministrou cerca de 2.000 palestras educativas, alfabetizou 12 crianças e ofereceu oportunidade para que destacassem no esporte.
No ano de 2011, durante os meses de janeiro a março, ano esta Bióloga Doidona aportava para uma grande, emocionante missão profissional e  um sonho a ser concretizado: trabalhar com tartarugas-marinhas. 
A labuta era forte, com jornadas diárias de caminhadas sob sol escaldante, carregando peso, fazendo necrópsia e enfim todas aquelas coisas que já descrevi anteriormente em minucias, porém apesar de o esforço ser grande, a satisfação de estar fazendo um bem para o mundo é o que trazia a tona a vontade de continuar. 
Ao ver aquelas pequenas tartaruguinhas correndo sobre a areia, indefesas frente a imensidão que as espera, com uma multidão que se locomovia só para as assistir, enchia meus olhos de esperança.
No fim, foi gratificante receber o resultado da temporada 2010-2011 com 158 ninhos  monitorados e cerca de 12 mil filhotes de tartarugas- marinhas que seguiram para o mar cumprir o seu papel seja ele qual for.
Agora, um ano depois, estou eu cá novamente, em João Pessoa/PB, com o objetivo turístico,  rever família e amigos e para apresentar a terra querida ao Moreno, meu companheiro e também autor de muitas fotos postadas neste blog.
Cheia de saudades queria ver o que não vi, este lugar lindo com as praias cada vez mais lotadas de lixo parecem não causar incomodo algum aos seus usuários mais frequentes e a ONG permanece funcionando a partir de garra de quem acredita, pois continua com praticamente as mesmas condições, enfrentando as mesmas dificuldades.
Exceto pelo novo patrocinador a lanchonete "Tartaruga Burguer", a principal forma de obtenção de renda continua pela loja de souvenires onde turistas que visitam o projeto, após receberem palestra informativa, consomem alguns artefatos. 
O dinheiro obtido através dessas fontes mal dá para manter o projeto que conta apenas com uma sede provisória no Bar do Surfista na praia de Intermares, no município de Cabedelo.  A mão-de-obra é toda voluntária, com dificuldade de manter uma equipe fixa, sendo esta itinerante, com maior pico de estagiários durante os meses de janeiro e fevereiro.
Mesmo com tantas dificuldades o projeto continua firme e forte e obtém resultados importantes, principalmente com as tartarugas-marinhas, porém poderia ser ampliado para cobrir mais praias do litoral paraibano, além de aumentar seus projetos de inclusão social e educação ambiental.
Para tanto, deveriam se preocupar com a causa o poder público, iniciativa privada e também as pessoas no geral.
No dia 23/02/2012 fui a praia para vivenciar mais um nascimento das pequenas,o ninho 05 da temporada reprodutiva 2011-2012 rendeu 132 filhotes de tartaruga-de-pente, haviam dezenas de pessoas amontoadas para ver este espetáculo da natureza e tudo isso é justamente para falar sobre o Espetáculo e uma visão crítica, uma nova posição sobre as situações que observei agora de fora do projeto.
 As pessoas se deslocam para ir até o local no horário, se encantam com o nascimento, emocionam-se, aplaudem, escutam a palestra educativa e ficam impressionadas, voltam para casa e a degradação das praias do litoral da Grande João Pessoa pelos resíduos sólidos permanecem, suas ações em prol a melhoria do meio ambiente e de sua própria qualidade de vida não acontecem, ou seja esse animais encantadores estão ali apenas para mais um espetáculo, oferecendo-os um serviço de lazer, para entreter a si e aos seus filhos, instigando ainda mais a prepotência humana frente a natureza, nos destacando dessa, olhando-a com superioridade, ou seja, achando que os recursos naturais existem para nos servir.
Limites são estabelecidos, para que todos assistam a corrida das tartarugas ou corrida pela vida, porém estes nem sempre são respeitados, ficam desesperados para ver os filhotes e para isso sobem na restinga, debruçam-se nas cordas, ou ainda permitem que as crianças transpassem a barreira.
E aqui fica a reflexão, o que falta para aprendermos a nos incluir como parte do meio ambiente, sabendo respeitar o equilíbrio e não degradar nas nossas atividades mais comuns??
Educação de base, alteração do sistema, criação de unidades de conservação??? 
Tudo isso, mais vontade e interesse em não desistir nunca, mesmo que as vezes dê vontade.






segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sacolinha: bom para o mundo ou falso marketing verde??

Fonte: Facebook.




Nem sempre as coisas são o que parecem ser. 

Longe de mim ser contra a extinção das sacolinhas plásticas, distribuídas indiscriminadamente nos supermercados até a fatídica data 25/01/2012, escuto dos meus pais que na época da juventude carregavam as coisas em sacolas de papel e carrinhos de feira e viviam muito bem, obrigada, até o dia que resolveram lotar o mundo de sacolas plásticas por todos os lados (por todos os lados mesmo!).
Quem nunca na vida levou umas sacolinhas a mais para casa, pois estas eram distribuídas de "graça"!!!! Gratuitamente mesmo, sabemos que nem "injeção na testa", porque o preço gasto é revertido para os produtos que compramos, mas obviamente que agora que estas não existem mais teremos descontos!!!! 
Bom, já somos crescidinhos e sabemos que contos da carochinha não existem, não teremos descontos, os supermercados não nos ofereceram nada no lugar e ainda saem bonitos no pedaço, pois levantam a bandeira da sustentabilidade!!!
Algo que alguns especialistas chamam de falso marketing verde: Por livre e espontânea vontade, antes mesmo que a lei fosse sancionada, as sacolas plásticas foram retiradas de circulação, como uma iniciativa em prol do meio ambiente, mas enquanto isso dentro destes estabelecimentos comerciais, ainda imperam produtos e mais produtos lotados de material plástico em suas embalagens, ainda investem fortunas em campanha publicitária para vender mais do que os seres humanos precisam, continuam incentivando o desperdício de alimentos e ainda usam mão de obra barata nas suas instalações, com condições horríveis de trabalho.
As sacolas retornáveis (Ecobags), tão disseminadas, bonitas e ainda estão na moda, muitas são de plástico com uma vida útil curta, ou seja, viraram resíduo logo e ainda umas que são comercializadas no Pão-de-açúcar são produzidas no Vietnã, a partir de trabalho praticamente escravo.
A bandeira da sustentabilidade é marca da transformação sócio ambiental, é a mudança de comportamento e de padrões de consumo, não vejo isso acontecer.
Precisamos de educação e não repressão (porque não adianta você ser a favor ou contra, as sacolas plásticas vão sair de circulação, como disse o jornalista do SPTV ao anunciar a medida)!!!
Educação ambiental, para mudar os padrões insustentáveis de consumo, necessitamos de coleta seletiva acessível a todos e erradicação da pobreza.
Sou contra sacolas plásticas, ainda mais eu que vi muita tartaruga morta com muito plástico dentro do seu sistema digestório, mas sou totalmente contra como essas coisas acontecem e como essa informação é disseminada.
Sugiro que continue a tomar atitudes sustentáveis no seu dia-a-dia, mas não se deixe enganar pela falsidade ideológica promovida pelo capitalismo.

Auto-Retrato

(Auto-Retrato)



Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem 

Quem sou? um fogo-fátuo, uma miragem... 

Sou um reflexo...um canto de paisagem 

Ou apenas cenário! Um vaivém 



Como a sorte: hoje aqui, depois além! 

Sei lá quem sou?Sei lá! Sou a roupagem 

De um doido que partiu numa romagem 

E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!... 



Sou um verme que um dia quis ser astro... 

Uma estátua truncada de alabastro... 

Uma chaga sangrenta do Senhor... 



Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados, 

Num mundo de maldades e pecados, 

Sou mais um mau, sou mais um pecador...

(Flor Bela Espanca)

BBB: Reflexo da nossa sociedade!

Todo ano é um blá blá blá danado, quem gosta fica lá ligadão, sem querer perder nada e as pessoas que desaprovam realizam imensas discussões a cerca da alienação provocada e todos os outros problemas em torno de espetáculos como este.
Longe de mim ser hipócrita e dizer que nunca assisti ao programa, certa vez até acompanhei, quando um médico psiquiatra, que se não me engano chamava-se Marcelo, criou inteligentemente (olha que inteligência é artigo raro no confinamento) um conflito monstruoso entre os participantes e como é obvio, as situações são amplamente manipuladas, ou seja, as próprias campanhas publicitárias do programa são altamente tendenciosas, não demorou a pintarem-o como o bandido da história e não a ser eliminado. Engraçado é que as pessoas que gostam e votam, acham que estão colaborando com a opinião delas e na verdade só estão reafirmando a vontade da Globo, porque os telespectadores ingênuos são manipulados o tempo todo.
Depois disso nunca mais me interessei pelo programa, afinal só de ouvir a voz do Bial poeta, ou melhor, o poeta Bial, recitar suas frases infames e chamar as tetudas e garanhões de heróis, me dá náuseas.
Porém, há algumas semanas houve uma grande polêmica em torno do Realit Show Big Brother Brasil, acabaram me chamando a atenção.
No domingo (15/01), vi uma manchete no yahoo! falando sobre suspeita de abuso sexual no BBB, de imediato pensei "deve ser somente mais alguma coisa para dar ibope..." e prossegui com meus afazeres sem dar importância.
Na segunda (16/01), estava assistindo o jornal da manhã e me deparei com a seguinte propaganda: PAREDÃO DA SEMANA A GORDA X A BAIANA, não me recordo agora o nome das participantes, mas além de tudo atos preconceituosos ocorrem o tempo todo dentro da casa, quem não é gostosão (ona) e colocado à margem e na primeira oportunidade, são os primeiros a cair fora, e o povo...aah o povo se diz não racista, mas são os primeiros a cair na jogada.
E para completar a história do preconceito atrelado ao machismo, na terça (17/01), vou atrás para saber desta história de estupro e não é que é verdade mesmo!!?? 
Para quem ainda tem dúvidas disso basta assistir ao vídeo e tirar suas próprias conclusões, enquanto a menina, Monique, esta completamente paralisada, aparentemente inconsciente o espertalhão, Daniel, esta evidentemente realizando um ato sexual não consentido.
E ai vem o pior da história, há muitas e muitas piadinhas rolando na redes sociais, como esta a baixo:



A menina é pintada de vagabunda da história (olhos moralistas e machistas dessa sociedade infame), enquanto o garanhão alega ser vítima de preconceito por ser negro.
Ora, hipócritas! Jogue a primeira pedra quem nunca bebeu, além da conta!!! Digo, qualquer mulher pode ser vítima de um atentado desse, independente de ser taxada de vagabunda ou não, e ainda somos obrigados a ouvir "até parece que ela não estava gostando", como alguém pode gostar de um ato sexual, no qual não consentiu, porque estava inconsciente? E como as mulheres desse país podem utilizar argumentos como esse que vão contra a sua própria condição??
Big Brother Brasil e Rede Globo passaram de todos os limites, já passou da hora desta merda sair do ar para nunca mais voltar, mas quem vai contra o dinheiro, o império e o "pão e circo" ??
Big Brother Brasil e Rede Globo, reflexos de um país decadente, causa depressão nas pessoas comuns determinando padrões do corpo fantástico em detrimento ao despertar intelectual, alienação, incentivo ao preconceito, ao machismo.
O que vocês procuram ai?? Heróis a quem seguir??