segunda-feira, 26 de março de 2012

Cineclube socioambiental - sala Crisantempo

     Na quinta-feira passada (22/03/2012), participamos (Moreno e eu) de mais uma sessão no Cineclube Socioambiental Crisantempo, o espaço agradável esta localizado na Vila Madalena (Rua Fidalga, 521) em São Paulo/SP e é aberto a quem interessar. 
     No local são oferecidos cursos diversos, teatro, feira de trocas e sessões gratuitas todas as quintas-feiras de filmes (quase sempre documentários) com a temática socioambiental com posterior discussão entre o público e um especialista da área, além disso é oferecido ao público presente coquetel com comidinhas orgânicas  e  para participar é necessário apenas disposição.




   No dia 22 de março , Dia Mundial da Água,  obviamente a discussão foi sobre essa temática, apresentando-se o documentário "Sobre Rios e Córregos", o qual fala sobre o sistema hídrico de São Paulo formado por cerca de 1.500 Km de rios e córregos, mortos e esquecidos devido a intensa urbanização e suas consequências.
     O filme relata, através de depoimentos, a relação conflituosa que entre os paulistanos e a água, os quais convivem com problemas de abastecimento, intensa poluição e enchentes. O documentário mostra também os problemas de habitação em áreas de mananciais e o impacto da poluição dessas águas para a população de São Paulo e comunidades tradicionais que ainda vivem no entorno.




    Após a apresentação houve  rico diálogo com o diretor do filme, Camilo Tavares, que relatou sua interessante experiência na execução da sua arte, Marrusia Whately, arquiteta e especialista em recursos hídricos e o Sr. Virgílio de Farias, simpático pernambucano, militante ambiental do ABC, que resolveu cursar direito para ser um conhecedor das leis e conseguir exercer sua cidadania .




     A história de seu Virgílio nos causa comoção e incômodo, porque apesar de esforços, na verdade não estamos fazendo nada de efetivo pelo meio ambiente. Ele nos falou sobre a seca do nordeste e sua admiração  e indignação ao chegar em São Paulo e ver tanta água, mas estas comprometidas pela poluição, e lembrou sobre os dizeres da Constituição Federal de 1988 e a possibilidade de qualquer cidadão mover ação judicial popular contra crimes cometidos ao meio ambiente.
    Esta foi a primeira sessão do ano e será seguida por uma programação ampla que se estenderá até o dia 28 de junho de 2012.


    O cineclube é uma iniciativa importante porque leva conhecimento para as pessoas sobre assuntos obscuros na nossa sociedade, por exemplo em "Sobre Rios e Córregos" mostra ao público que suas principais vias de circulação diárias são na verdade asfalto sobre o que um dia foi um rio, assunto, pasmem, desconhecido pela maioria, também discussões sobre o que seria uma solução utópica (utopia é possível de se tornar realidade?) e mostra possibilidades de engajamento.
   A meu ver, o projeto Cineclube possui a desvantagem de ser limitado a participação da classe média instruída -quer seja pela sua localização ou pelas formas de divulgação. Esta, muitas vezes mais preocupada com assuntos ambientais do que sociais, costuma dicotomizar ambos os assuntos. Para mim seria mais interessante um público heterogêneo, já que questões ambientais esbarram quase sempre em sociais, por exemplo as ocupações ao redor dos mananciais, referidas pelo documentário como invasões, sem considerar o problema de moradia que há na cidade de São Paulo.

Para conhecer mais do espaço e consultar a programação clique aqui.

    Vale a pena conhecer e participar com sua contribuição ideológica, na próxima quinta (29/03/2012) às 20h (com distribuição dos ingressos com 30 minutos de antecedência) será exibido o documentário americano e inédito Colapso, com direção de Chris Smith, confira a sinopse no site da Sala Crisantempo.


Fotos: Moreno Dantas





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